segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Breve História da Música Sacra (Parte Final)


         No século XVI, com a expansão do evangelho, da Alemanha para o mundo, a liturgia e a música, consequentemente, fizeram as malas, acompanhando o progresso do Cristianismo. Os hinos cantados pelas novas igrejas tinham melodias clássicas e também dos hinos pátrios, traduzidos e adaptados pelos missionários. Por isso, a música oficial da igreja era totalmente europeia. No Brasil, especificamente, o que foi cantado por muitos anos, foram as adaptações dos hinários europeus. Eram canções de métrica regular, forma de composição A B A, com textos embasados na Bíblia. Os coros, seguindo a tradição luterana, também foram incluídos e valorizados no culto. Mas não havia muito espaço para os instrumentos, sendo o órgão e o piano os atores principais dessas obras musicais.

      Tempos depois, no século XIX, no Sul dos Estados Unidos, a Música Sacra começou a mudar de forma, ao abrir-se a vários gêneros, os quais se tornaram uma ferramenta para os movimentos cristãos. O mais conhecido deles denominou-se Movimento Gospel, agregando todos os estilos de música, contrariando os cristãos tradicionais conservadores que ditavam o que era Sacro ou Profano. Essa divergência do que é Sacro e Profano é antiga. Na Idade Média, a Igreja Católica proibiu o intervalo de 4ª aumentada, chamado trítono, por ser dissonante. A partir desse movimento, a música, passou a ganhar mais expressão rítmica, com os instrumentos de corda e a bateria. 

        No fim dos anos 60, o formato da Música Gospel chegou ao Brasil - não com esse nome, pois a palavra gospel só fez parte do nosso dicionário no fim da década de 80. Os pioneiros na introdução dos ritmos e dos instrumentos de corda e bateria no Brasil foram:

Grupo Elo, cujo nome mudou para Grupo Logos, após a morte do compositor Jairinho, sendo até hoje integrada por Paulo Cézar, sua esposa Nilma, entre outros;

Projeto 7,  que se tornou o Vencedores por CristoVPC, cujo mentor foi o missionário americano Jayme Kemp, o qual discipula jovens, durante as férias escolares, para falarem do amor de Deus através da música;

MILAD - Ministério de Louvor e Adoração, missão que tinha como um dos objetivos possibilitar ao músico cristão viver da música cristã. Seus últimos integrantes foram Wesley e Marlene.

     Atualmente, a Música Gospel ganhou espaço no mercado fonográfico e se tornou um dos gêneros mais consumidos do mundo, com o crescimento do número de Comunidades, Ministérios e Grupos, como o Vineyard e o Hillsong, por exemplo. Glória a Deus por tudo isso, mas é preciso sempre lembrar que: quem produz o que cantamos não deve ser apenas artista, mas antes e também cristão; o que cantamos deve ser teologicamente correto, sempre embasado biblicamente, pois “...A fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” (Rm.10:17).

M.M. Marcos Gondim (Guga)

sábado, 17 de novembro de 2012

Breve História da Música Sacra (Parte 3)


Passaram-se os anos e a música foi se solidificando dentro da liturgia cristã, com a instituição do prelúdio, do interlúdio, do poslúdio e dos cantos firmus,  surgindo alguns nomes:

·   Século XVI - Lutero, o mais conhecido reformador protestante, foi um grande colaborador para a música sacra. Ao som do seu alaúde compôs cânticos e transformou algumas melodias populares em hinos, chegando a dizer: “Não pretendo deixar para o Diabo as melhores melodias!”. Vindo da cultura do canto Gregoriano (cantado pelos monges), introduziu a harmonia coral nos grupos vocais das Igrejas Reformadas, dando início aos coros mistos.

· Séculos XVII e XVIII – nessa época entram em cena os primeiros grandes compositores eruditos cristãos. Os nomes mais conhecidos são Georg Friedrich Händel e Johann Sebastian Bach - gênios da música, cada um em sua especialidade. Händel, com os melismas polifônicos em suas melodias, e Bach, com a genialidade da fuga e do contraponto, até hoje praticado por todos os estudantes da música.

Händel contribuiu com inúmeros oratórios, cantatas, solos e músicas instrumentais. Um dos oratórios mais conhecidos dele foi o Messias, que dura aproximadamente 2h25min. O trecho mais famoso dessa obra é, sem dúvida, a música Aleluia – cerca de 4 min.
Bach, além de ter sido, institucionalmente, o primeiro ministro de música da história da música sacra, também foi quem mais produziu. Oficialmente, Bach escreveu 1080 músicas, dentre Missas, Paixões, Cantatas, Concertos, obras para instrumentos solistas, peças para órgão... Uma de suas composições mais conhecidas é Jesus é a alegria dos homens. Apesar de Bach compor uma cantata por semana para apresentá-la nos cultos - tendo composto mais de 350 do gênero -, muitas de suas obras se perderam com o tempo, e o devido reconhecimento veio quase 200 anos após sua morte, através do pianista Felix Mendelsson.
Na próxima semana, essa séries de textos ou mini passeios pela história da música sacra, serão encerrados com a música contemporânea.

M.M. Marcos Gondim (Guga)

sábado, 10 de novembro de 2012

Breve História da Música Sacra (Parte 2)


      Continuando o resumo da história da música sacra, relembremos que Davi, além de um grande guerreiro, apesar do tamanho, também era um excelente músico, compositor e luthier (construtor de instrumentos de cordas). Ele introduziu elementos importantes no culto a Deus:
  • Organizou o primeiro ministério de música da história – 1 Cr 15:16 “E disse Davi aos chefes dos levitas que constituíssem, de seus irmãos, cantores, para que com instrumentos musicais, com alaúdes, harpas e címbalos, se fizessem ouvir, levantando a voz com alegria.” Nesse capítulo 15, listam-se o nome de vários músicos, os quais integraram a primeira equipe de instrumentistas (não existia, ainda, a palavra orquestra) e cantores. E, em meio a tantos nomes de músicos que esse capítulo revela, existe um em especial – o Quenanias. O versículo 22 relata que ele era o chefe dos levitas, tinha o encargo de dirigir o canto e ensiná-los a entoá-lo, porque era entendido. E assim o ministério de música foi se consolidando.
  • As poesias e hinos de Davi foram compilados e se transformaram no livro dos Salmos, que significa louvores em hebraico. Nem todos os salmos do livro são de composição de Davi – é bem verdade que a maioria o é –, e entre os outros compositores tem-se: Moisés, Asafe, Salomão, Etã, os filhos de Coré... O livro dos Salmos é a herança da adoração expressada através da música, deixada pelos hebreus, e usado tradicionalmente por seus descendentes nos cultos ao Senhor. 
O próprio Jesus cantava esses hinos. De acordo com as Escrituras Sagradas, no evangelho segundo Marcos 14:22-26, vemos Jesus celebrando a sua última páscoa com os discípulos: “E, comendo eles, tomou Jesus pão e, abençoando-o, o partiu (...) E, tendo cantado o hino, saíram para o Monte das Oliveiras”. O apóstolo Paulo, em mais de uma ocasião, incentivou o uso dos Salmos ao se cantar, como no conselho dado na carta aos Colossenses 3:16: “A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração”. Você já cantou para Deus hoje? 
M.M. Marcos Gondim (Guga)

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Cânticos que não ouviremos mais!

Autor da minha fé

Grupo Logos Autor: Paulo César

 http://www.youtube.com/watch?v=s5qb2rWjeb0

Oh Pai, eu queria tanto ver o meu Senhor descer vindo me encontrar;
Eu posso até imaginar a refulgente glória, do senhor Jesus.
Transpondo as brancas nuvens, no mais puro azul,
Onde nem sul, nem norte existirá.
E em meio a lágrimas, sorrisos de alegria e de prazer
Eu que era cego, agora posso ver, contemplar, contemplar enfim...
Por isso eu canto glória.

Coro
Glória, glória, ao autor da minha fé
Glória, glória, ao autor da minha fé

Oh Pai, eu queria tanto, tanto ouvir o som que vai abrir,
O encontro triunfal.
Rever amigos que, um dia em Cristo foram, feitos meus irmãos.
E agora sim, podemos dar as mãos, pois temos todos um,
Somente um, um só Senhor.
E eis o consolo que envolve a minha vida, o meu senhor Jesus
Que foi morto sim, naquela cruz,
Voltará, voltará enfim...
Por isso eu canto glória.

Coro
Glória, glória, ao autor da minha fé
Glória, glória, ao autor da minha fé
Glória ao Senhor (Aleluia)
Glória ao Senhor (Aleluia)
Glória ao Senhor (Aleluia)
Autor da minha fé (Aleluia)
Glória ao Senhor...

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Cânticos que não ouviremos mais!

      Neste mês de Novembro, que é dedicado à música pelos Batistas, quero deixar aqui a minha preocupação com os hinos e cânticos com base teológica, coisa que é difícil de ver/ouvir nos dias de hoje. 

       Vou tentar postar, pelo menos, uma música para cada dia do mês. 

      Ontem fui dormir às 03h30min me deliciando com a música Deus, somente Deus. E quero deixar essa pérola como a primeira da série. 

       Abraço em todos e que Deus nos abençoe, pois a fé vem pelo ouvir.

Deus Somente Deus (VPC) Trad. Pr. Edilson Botelho 
http://www.youtube.com/watch?v=gZr-VQFNXvk

Deus, Somente Deus Criou o mundo e o que nele há 
O ser que pode respirar existe pra mostrar a gloria do Senhor 

Deus, Somente Deus Os seus mistérios pode revelar
Os seus designios quem jamais um dia conheceu pois Deus somente é Deus 

Deus, somente Deus Domina o trono do universo 
Que a voz da criação se erga para dar Louvor somente a Deus 

Deus, somente Deus Eternamente em nós há de inspirar 
A alegria de adorar Desejo de exaltar A Deus, somente a Deus

sábado, 3 de novembro de 2012

Breve História da Música Sacra (Parte I)

      Quando falamos a palavra música, a primeira coisa que nos vem à mente é que estamos felizes e, por isso, queremos cantar. Poucos de nós procuramos saber de onde vem e para onde vai, principalmente como cristãos, pois temos uma ligação muito forte com ela na progressão da história da humanidade. Por essa razão, durante este mês, compartilharemos um pouco da história da música sacra neste espaço. 

Nesta primeira parte, abordaremos relatos bíblico-históricos: 

• A primeira referência que encontramos na Bíblia acerca da música é Gn 4:19-21 “Lameque tomou duas mulheres: uma chamava-se Ada e a outra, Zilá. Ada deu à luz Jabal, que foi o pai daqueles que moram em tendas e criam rebanhos. O nome do irmão dele era Jubal, que foi o pai de todos os que tocam harpa e flauta.” Isso não quer dizer que não havia música ou músicos antes disso, porque essa era a sétima geração na terra após Adão. Esse relato nos dá a conhecer, então, o primeiro músico sacro. 

• A segunda referência bíblica é Gn 31:27, a qual conta a história de Jacó, ao fugir de Labão: “Por que você me enganou, fugindo em segredo, sem avisar-me? Eu teria celebrado a sua partida com alegria e cantos, ao som dos tamborins e das harpas.” Vemos, neste texto a prática do canto e a inserção do tamborim. 

• A partir daí, encontramos vários textos que mostram a influência da música na vida do povo de Deus, tanto para a satisfação pessoal, quanto para adoração e obediência divinas. A obediência a Deus fez com que sete trombetas e um grito derrubassem as muralhas da cidade de Jericó (Js 6). E, falando em guerra, quando o povo de Deus vencia as suas batalhas e guerras, celebrava com muita música, canto e danças.

• Davi, o mais conhecido guerreiro das histórias da Bíblia, também foi um excelente músico e, o mais importante, usado por Deus. Em 1 Sm 16:14-17 o Rei Saul pede um músico: “O Espírito do Senhor se retirou de Saul, e um espírito maligno, vindo da parte do Senhor, o atormentava. (...)E Saul respondeu aos que o serviam: "Encontrem alguém que toque bem e o tragam até aqui".” Foi quando encontraram Davi. Ele amava a música e em toda a sua vida de guerras, conquistas e derrotas, Davi compôs músicas para o Senhor dos Exércitos. Assim, organizou-se o livro dos Salmos, com as poesias e cânticos que os hebreus entoavam e recitavam nos cultos a Deus. Mas isso são cenas do próximo capitulo... 

 M.M. Marcos Gondim (Guga)