No século
XVI, com a expansão do evangelho, da Alemanha para o mundo, a liturgia e a
música, consequentemente, fizeram as malas, acompanhando o progresso do
Cristianismo. Os hinos cantados pelas novas igrejas tinham melodias clássicas e
também dos hinos pátrios, traduzidos e adaptados pelos missionários. Por isso,
a música oficial da igreja era totalmente europeia. No Brasil, especificamente,
o que foi cantado por muitos anos, foram as adaptações dos hinários europeus.
Eram canções de métrica regular, forma de composição A B A, com textos
embasados na Bíblia. Os coros, seguindo a tradição luterana, também foram
incluídos e valorizados no culto. Mas não havia muito espaço para os
instrumentos, sendo o órgão e o piano os atores principais dessas obras
musicais.
Tempos depois, no século XIX, no Sul dos Estados Unidos, a
Música Sacra começou a mudar de forma, ao abrir-se a vários gêneros, os quais
se tornaram uma ferramenta para os movimentos cristãos. O mais conhecido deles
denominou-se Movimento Gospel, agregando todos os estilos de música,
contrariando os cristãos tradicionais conservadores que ditavam o que era Sacro
ou Profano. Essa divergência do que é Sacro e Profano é antiga. Na Idade Média,
a Igreja Católica proibiu o intervalo de 4ª aumentada, chamado trítono, por ser
dissonante. A partir desse movimento, a música, passou a ganhar mais expressão
rítmica, com os instrumentos de corda e a bateria.
No fim dos anos 60, o formato da Música Gospel chegou ao
Brasil - não com esse nome, pois a palavra gospel só fez parte do nosso
dicionário no fim da década de 80. Os pioneiros na introdução dos ritmos e dos
instrumentos de corda e bateria no Brasil foram:
• Grupo
Elo, cujo nome mudou para Grupo Logos, após a morte do compositor Jairinho,
sendo até hoje integrada por Paulo Cézar, sua esposa Nilma, entre outros;
• Projeto
7, que se tornou o Vencedores por Cristo
– VPC, cujo mentor foi o missionário americano Jayme Kemp, o qual discipula
jovens, durante as férias escolares, para falarem do amor de Deus através da música;
• MILAD -
Ministério de Louvor e Adoração, missão que tinha como um dos objetivos
possibilitar ao músico cristão viver da música cristã. Seus últimos integrantes
foram Wesley e Marlene.
Atualmente, a Música Gospel ganhou espaço no mercado
fonográfico e se tornou um dos gêneros mais consumidos do mundo, com o
crescimento do número de Comunidades, Ministérios e Grupos, como o Vineyard e o
Hillsong, por exemplo. Glória a Deus por tudo isso, mas é preciso sempre
lembrar que: quem produz o que cantamos não deve ser apenas artista, mas antes
e também cristão; o que cantamos deve ser teologicamente correto, sempre
embasado biblicamente, pois “...A fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de
Deus” (Rm.10:17).
M.M. Marcos Gondim (Guga)
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